"O Manel adorava invenções e gostava tanto delas, que as dividia e 
agrupava em espécies diferentes. Havia invenções rápidas, como o 
escorrega, e invenções grandes, como a tabuada, cujos números e cruzes 
dificilmente podem caber na cabeça de alguém. As árvores, por exemplo, 
eram de certeza uma invenção às avessas, porque ficavam sem roupa no 
preciso momento em que o frio estava a chegar. O mundo, esse, parecia 
ser uma invenção muito desarrumada com países grandes e pequenos a 
conviver lado a lado. Para devolver um pouco de igualdade e de justiça 
ao mapa, o Manel decidiu inventar o seu próprio país. Deu-lhe uma 
bandeira cosida aos ziguezagues, leis escritas na parede e até algumas 
janelas. Agora que a sua invenção ficou finalmente pronta, o Manel 
convida-te a vires visitá-la e a imaginares, quem sabe, mais uns versos 
para o hino ou mais cores para o céu."
Texto: Ricardo Gonçalves Dias
Ilustração: Marta Madureira
Edição: Dinalivro
"O Primeiro País da Manhã" recebeu o Prémio Branquinho da Fonseca Expresso/Gulbenkian 2013, destinado aos miúdos e também para os graúdos. 
Sem comentários:
Enviar um comentário