Gravura de madeira da autoria de Abílio Bastos
Liberdade
Quando, naquele dia, o sol chegou,
já não o encontrou.
Tinha abandonado o campo, o arado
mas deixou tudo lindo, verde e bem regado.
A pega pernalta, no cimo do monte, já voa tranquila
e dentro do silvado canta à liberdade, o melro reguila.
A vida é tão bela quando o sol nasce e poisa na janela.
Hoje, 25 de abril, "Dia da Liberdade" escolhemos o poema "Liberdade". Este é um dos belos poemas do livro "O Vale" da autoria de Abílio Bastos - poeta sem medo. Trata-se de um livro autobiográfico, apresentando cronologicamente a sua poesia e como refere a Professora Júlia Serra no prefácio do livro "...os seus versos foram evoluindo num ritmo crescente - as vivências, os sentimentos, os cenários de infância, o bucolismo dos lugares, a dureza da vida, os desejos cumpridos e sonhos adiados. Esta poesia, ora de sabor mais popular ora mais burilada pelo pincel do artista, traduz e a subtileza de um poeta, sem receios". No posfácio de Jorge Lage podemos ler: "Nos belos poemas está um pouco da sua alma, do seu sonho e do seu humanismo de homem humilde e de rosto inteiro, com o Vale (de Abadim) no coração". As ilustrações do livro são da sua autoria recorrendo à técnica de gravura em madeira, arte que domina com mestria desde a sua meninez.
Autor: Abílio Bastos | Edição: Autor | Fotografia: Jorge Lage | Arranjo Gráfico: Romão Figueiredo.
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