"Quando chega a noite e o silêncio dos sonhadores inunda a cidade, da oficina de corações surgem misteriosos sons, porque... o Matias tem um segredo."
"A "Oficina de corações" recria um artesanato maravilhoso onde não se compõem sapatos, nem guarda-chuvas, nem se restauram móveis ou se cosem calças rotas. Matias, o protagonista, repara - com o mesmo mimo e cuidado que tem um artesão - corações partidos.
O seu trabalho nada tem a ver com um cardiologista, nem sua oficina com uma sala de operações. Com um fogão a lenha aquece corações gelados; com agulhas de prata cose corações partidos; e com uma pinça de esquecimento acerta a hora dos corações que se atrasam para que não entristeçam com as recordações do passado.
Para os "males do coração" recorre-se convencionalmente, ao efeito mitigador da passagem do tempo. Porém Arturo Abad faz-nos sonhar com a possibilidade de que os males emocionais possam ter tão fácil remédio como uma bainha descosida ou um salto partido.
Esta incrível oficina e o seu protagonista só podem recobrar vida nas encantadoras imagens de Gabriel Pacheco. O ilustrador mexicano joga intencionalmente com duas cores: o vermelho e o azul, indissociáveis do coração, o sangue que é bombeado através das nossas veias azuis."
"Dizem que o nosso coração é do tamanho do nosso punho. Se assim for, então que o dos apaixonados seja uma mão aberta por onde voa a vida. (...)"
In: OQO (2011)
"Dizem que o nosso coração é do tamanho do nosso punho. Se assim for, então que o dos apaixonados seja uma mão aberta por onde voa a vida. (...)"
In: OQO (2011)
Texto: Arturo Abad
Ilustração: Gabriel Pacheco
Tradução : Dora Batalim Sottomayor
Edição: OQO
+ 8 anos
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